da vida

Aos dois parecia ter quatro. Aos quatro parecia ter seis. Aos seis parece ter dez.

Sinto-me mãe pela primeira vez, ao olhar para ele e ver-me a mim, na minha pré-adolescência. Por mais que tente lhe dar uma vida oposta à que eu tive, parece que o caminho a percorrer é o mesmo…

E como não sei o que fazer, já tenho um bolo no forno para o surpreender, como se isso resolvesse alguma coisa.

6 comentários em “da vida”

  1. ai credo que me sinto tão identificada. nos sinto tão identificadas.
    como a compreendo.

    na escola, a acrescer ao resto, é notório que escolhe as amizades nos 3ºs e 4ºs anos. a piolha, tão alta e também tão crescida. claro que escolhe os amigos com quem consegue falar mais e com quem encontra afinidades. e depois, na sua sala, volta aos iiiiiiiii e gotas de água e curvas e curvinhas.
    disse-me ontem que pensava que na escola primária ia aprender mais coisas. que pensava que ia ser diferente do que afinal é. tal e qual.
    e eu a inventar “jogos” paralelos para os iiiiiii não serem só iiiiiis e para os sssssss não serem só curvas e contracurvas.

    e o bolo, a surpresa: na semana passada recorri a um salame.

  2. Talvez seja antes porque é, de facto, muito óbvio (o tal “não há como ignorar”). Acho que a minha atenção tem vindo a aumentar por sentir que alguma coisa não está bem. Mas também continuo a sentir que ainda tenho que dar mais um tempo.
    Quando souber de literatura aplicada ao caso, por favor diga…
    Eu vou tentar tb encontrar. É difícil porque também não consigo aderir a certas metodolgias muito opostas. Ainda nem me sei explicar bem.
    É bom sentir que alguém passa por uma situação tão semelhante.
    Vamos continuar atentas – a eles e ao forno. É que bolos surpresa só podem ajudar 🙂

  3. 🙂 Tenho a certeza que há muitos pais que sentem o mesmo que nós. E sim, é óbvio, para quem está atento e interessado. Não deixar que a nossa preocupação se torne muito evidente aos olhos das crianças também é importante.
    Maria, vamos procurar e partilhar. Pelo menos, já somos duas! Um abraço*

  4. Exacto. E é também essa parte – de não deixar transparecer muito a preocupação – que eu não gosto mas que é importante, sim. Até porque tenho esperança que haja uma mudança.
    Acredito sermos mais que duas… mas mesmo só duas fossemos podiamos fazer a diferença através de uma intervenção adequada, atempada e, sobretudo, positiva.
    Vamos falando. Abraço!
    (e no meu post anterior era metodol o gia, claro. comi uma letra. pena não ter sido um iiiiiiizinho.. 😉

Comentários fechados.