Um dia voltarei a ter mais tempo para este meu espaço que criei. Em breve, espero, organizarei o meu dia de forma a conseguir chegar a uma rotina de trabalho metódica, sã, frutífera. Já não sou a pessoa que começou este blogue há oito anos atrás por isso não desejo voltar aos meus dias de então (insistir no impossível é sempre luta perdida). Quero, sim, ser a pessoa que hoje sou, com a família que hoje tenho, arcando com todas as responsabilidades que escolhi para mim, com tempo e espaço para aprender e fazer mais e mais no meu campo de trabalho.
Campo de trabalho é, descobri-o agora mesmo, uma expressão bonita e reflecte muito bem aquilo que encontrei naquilo que faço. Transformar matéria prima em algo novo, tridimensional, prático e útil, “humanizar” matéria prima é um campo tão vasto quanto a vida e dá-me espaço para ser quem sou, para alargar os meus horizontes, para crescer e me descobrir. É isso que gosto tanto no meu trabalho. É um campo infinito, para toda a vida, maravilhoso. Não deixa, que fique claro, de ser trabalho. Só eu sei (e quem faz o mesmo que eu também o sabe) o trabalho que isto dá, as horas que isto leva, os olhos que isto gasta (e as costas!). Mas a verdade é que quem corre por gosto não cansa e nunca, desde que deixei de trabalhar para outros e de ser só mais um número, nunca mais acordei de manhã a pensar na chatice que era ter que trabalhar. Em oito anos, o trabalho faz-me levantar da cama entusiasmada e cheia de vontade de pôr as mãos na massa. E eu sei a sorte que tenho.
Tenho umas encomendas por terminar que serão as últimas por algum tempo. O vosso apoio tem sido como que as asas que me ensinam a voar mas eu vou ter que abrandar. Vou tirar um tempo para me organizar (quem lê este blogue há algum tempo já está familiarizado com esta frase), a mim, à casa, à família e ao meu campo de trabalho. Quero pôr em prática umas ideias que tenho e para tal vou precisar de tempo, de espaço e de rotina de trabalho.
Nessa rotina, quero incluir também a minha dedicação a este espaço virtual, que embora não seja a vida real eu gosto de ver como um grande espelho da realidade actual. Este espaço tem sido sempre um lugar honesto, onde a vida se mostra como eu a vejo e assim quero que continue. Enviar mensagens em garrafas e lançá-las ao mar, à sorte, é um acto de amor, de esperança, de confiança. E é assim que eu sou.
como te percebo… desde que sou mãe (faz hoje 28 meses!) que percebi que o tempo é mesmo precioso! tento não deixar que nada fique por fazer e por isso ando a mil… e depois há coisas que ficam mesmo por fazer. estableci prioridades e ando a tentar organizar-me e organizar o espaço que é nosso e que também precisa de atenção para ser ainda mais nosso!
vai voltando aqui, pois gosto tanto (mas tanto!) de te ler… que quase me sinto tua amiga!
beijinhos da costa alentejana, Xana
Xana, volto sim! E é bom saber que estás aí 🙂
Boa pausa para férias: sim porque quebrar as rotinas, mudar de ares, mesmo quando se corre por gosto, faz muito bem e é preciso 🙂 nós estamos sempre por cá!
Sou uma espectadora assidua e silenciosa do aeu trabalho mas desta vez não passo sem comentar que me revejo tanto neste seu texto especialmente no fim do 1º parágrafo. Sim, é maravilhoso iniciar o dia cheias de prazer pelo que vamos construir e criar e não trabalhar por obrigação, mas tambem é verdade que a necessidade do "vil metal" para enfrentar despesas sobrepõe-se a quase tudo, coisa que o "handmade" não consegue compensar, infelizmente, pelo menos falo por mim e por muitas crafters cujas opiniões semelhantes tenho lido.
Volte logo que possa pois faz cá falta…
Beijinho
Rosa Branco