devagar

devagar

devagar

Esta manta está a ser feita devagar.
Pedaço daqui, pedaço dali, um ao outro, outro com um, de um em um.
Um mais um mais um.
Cose, corta, cose, corta.
Sem pensar, que de mim só dou as mãos. Que a cabeça vai longe. A cada ponto dado, uma ideia, uma recordação, uma dúvida, uma certeza. E paro. E volto. E lá vai a cabeça a voar de novo enquanto as mãos marcam o passo.
Devagar. O tempo é do tempo, não é meu.
E esta manta há-de ser dela própria, cheia de mim.

13 comentários em “devagar”

  1. Essa foto com o dedal me levou longe… quando criança, ao lado da madrinha que fazia colchas.. Da beleza da sua obra, deixo aqui um registro de belezas outras, de saudades boas e da certeza de que a vida continua.

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